31 de out. de 2009

O ritmo do tempo foi para sempre esquecido.

Nikku

30 de out. de 2009

Apostento Áureo





De acordo com ela, o lugar era agradável, mesmo já tendo visto melhores.

Viam-se velas acesas em pequenos castiçais, rodeando a sala. Um tapete redondo, luxuoso e vermelho, parecia de veludo, estendia-se no chão ao centro do cômodo. Flores vermelho-carmesim eram encontradas, descansando ao lado de cada vela, dentro de um jarro esguio com um líquido colorado rosado.

Haviam adornos feitos de ouro, outros de madeira. Iam de estátuas a pequenos recipientes fechados para jóias. No fundo da sala, uma lareira cor de marfim estatelava lentamente. A temperatura lembrava uma fria noite de inverno acompanhada de um sutil calor no ar. Quadros de valores imensuráveis ficavam postos nas paredes pintadas de salmão.

No lado esquerdo, uma janela aberta se encontrava, e um corvo apodrecendo aos poucos descansando no apoio da mesma. No lado direito da sala, pedaços de carne fresca e ensanguentada, e um misterioso pó branco no chão.

Apesar de todos os adornos serem extasiantes, um em particular destacava-se entre os outros. Era uma pequena bola de vidro, que parecia ter brilho próprio. Dentro da bola, parecia haver um vazio infinito, algo negro e profundo. A moça, porém, questionou tais propriedades do objeto.

Como pode ele ser escuro, e ao mesmo tempo emitir um tipo de luz?

Nikku

28 de out. de 2009

"Dançando lentamente, para sempre doente."

27 de out. de 2009

Confiança...


Drenar sua alma.
Passando das dez horas
Numa caixa da madrugada
Ouço vozes fúteis e agulhas
Que apontam para as minhas veias
Não me importo nem um pouco.
Vomito adamantino todas as noites
Nunca tinha aproveitado...
Minhas unhas não cortadas
Meus cabelos não aparados
Aqui eu, prostrado na lápide
Sem uma mão para me levantar
Sem mais notas para no piano tocar
Não me importo nem um pouco.
A melodia da fria manhã
Que nasce em meu corpo
Impossível de alcançar.
Agora darei meus últimos suspiros.
Os olhos... Castanhos
Ensanguentados e cansados
Tórax deformado,
Sinais de infligimento...
Setas que correm
As paredes epiteliais
Nunca forçadas, setas
Que rasgam os tecidos...
Estigmas incuráveis.
Conto as estrelas
Agora desmaiando
No céu mesclado de cores.
Ninguém perto de mim...
Nem para lamentar o fim.
O brilho deixou... Os olhos.

...

(Ou não)

“Venha, vamos dormir(...)”

Nikku



26 de out. de 2009

Amanhã


Nos olhos a ilusão
Do vazio que não se dissipa
Nas tardes onde encontro
A vela que não se apaga
Mas exala o frio da noite

Nikku

25 de out. de 2009

Decepam-se os cabelos
Beleza e estética
Formam agora
Uma melhor harmonia

...

Agradável.

Nikku

23 de out. de 2009

Algo.


O vazio...
Está ficando
Cada vez mais...




Cheio

Por aqui.

Nikku

11 de out. de 2009

A sua dança... é extremamente nojenta.
Com um escárneo, cuspo seu crânio,
E depois peço para nunca mais
Nunca...


Ma

is...

Nikku

10 de out. de 2009

6~9


"A máscara da mentira, irá se desmanchar
Uma dor se aloja nas minhas costas, dançando e flertando
Um coração podre começa a pulsar...

Um impulso para tremer até estourar meus tímpanos
'Você me deixa completamente louco!' Minha palpitação se torna violenta
Com os seus ideais retorcidos... MOSTRE! Revele-se a si mesmo!"

9 de out. de 2009

Antes que...

"Isso é o mesmo que um labirinto sem fim
A mente humana é imutável"

8 de out. de 2009

Granada

"Infeccionado implacavelmente por pesadelos febris,
Uma melodia sem sono
(...)
Um pulso instável,
Menos que uma dose letal de prazer e abertura
(...)
Estou caindo!, reze!, hemorragia e grito!
Falso... Mordida... Vício... Voz de Culpa...
(...)
Uma mentira é acumulada para ocultar uma mentira..."

7 de out. de 2009

Esquecimento


O espaço era sombrio. Nada se via além do nada. As formas dançavam nojentamente
em movimentos lentos e precisos, contorcendo-se em forma espirálica de um flanco a outro.
Não havia instrumental passando pelo ambiente, somente vocalizes retalhados pelo silêncio.
Era incomum o fato de que a luz parecia influenciar no ritmo dos secos vocais. Estavam a
rugir intensamente, a cada luz que penetrava pelas fissuras da superfície interna do escuro
condensado. Seus sapatos brancos não refletiam. As pequenas baquetas que cada um segurava
cortavam o ar que sangrava fagulhas verdes. As luzes eram tão defeituosas que mau
encandesciam o minúsculo volume onde eram produzidas. Com o acúmulo das outras luzes dos
vários vultos rodopiantes, a escuridão parecia acompanhar a dança das formas negras,
expandindo e contraindo.
Em suas cabeças, apresentavam uma forte coroa de espinhos. A dor as fazia movimentar mais rapidamente, e a cada fagulha soltada, os seres de borracha negra iam se desintegrando. Eram esguios, elásticos e horrendos. Não importava a beleza, não poderiam apreciá-la mesmo... Desenhando com suas baquetas redemoinhos pelo chão, estes logo ganhavam cor e vida, assim rodopiando junto com as borrachas bailantes, e se desfazendo em pleno ar a cada giro.
Repentinamente, um som forasteiro adveio da pequena porta lenhosa e putrefada. As sombras ignoraram tal ruido, e continuaram o torturoso baile. Novamente, outro aviso foi dado, e a ignorância aumentava. Por fim, o último aviso veio com o rompimento brusco do portal. Uma luz vermelha e inconsciente atravessou o ambiente dissonando todos os vocais. Invadia com voracidade, ferindo, golpeando, dilacerando, cortando as figuras que, neste momento, sentiam que a única coisa que deveriam fazer era continuar com a eterna dança. À medida que seus membros iam sendo mutilados, um líquido preto jorrava e enchia o ar que aos poucos saturava.
Um barulho cortante começou a reverberar. Era seco, ensurdecedor, agoniante, agudo, e tremia... como mil agulhas perfurando os ouvidos. Algumas formas soltavam últimos sons, como os de uma flecha perfurando um casco de árvore. Assim que a luz vermelha misturou-se completamente com as fagulhas verdes quase extinguidas, pequenas explosões eram formadas de luzes lilás. Por fim, a cena ritualística fora destruida, e somente uma desfigurada de água negra, cinzas, fumaça e objetos destroçados era certificada no local. Se outro ser tivesse alcançado aquele espaço, nunca decifraria o verdadeiro sentido de todos os acontecimentos. Somente o jogo de luzes e som era capaz de interpretar a morbidade, agora duradoura, daquele local "vazio".










... [In]significância ...



Nikku

6 de out. de 2009

Suco


Seu cérebro não responde mais,
Desejo ouvi-lo mais de perto.

Todavia resplandece,

A chamada agonizante.

Quero porque quero
Um dia desbravar,
Ou até poder desmembrar,
Braço, intestino...
Tecidos outros dilacerar

Atendi à chamada
Em um mundo sem telefone
Quão grande foi este feito?
Que desafiou as leis.

O que é a existência?
Senão a ausência da ausência.

Seu mundo vai acabar,
Olhos vou arrancar,
Nada mais para sobrar.
Sua boca, costurar,
Suas pernas, amarrar,
A cada célula, envenenar.
Calma, calma... Agora ria,
A dor não é comparável,
A o que você sentirá um dia.

Quando pela segunda vez
O telefone materializar,
A chamada tocar,
O besouro chorar,
Você vai entender
Do que falo.

Venha, vamos fundir

Com um sorriso delirante,
Neste líquido desordenado
.


Nikku

5 de out. de 2009

-Eu não ri.
-O que foi?
-Nada demais...
-Estava escrevendo?
-Sim.
-Ah...
-Está preguento este chão, não?
-É! Também notei.
-Que coisa... Espero que limpem-o.
-Está decadente, também espero.
-Ah, os meus olhos estão ardendo em chamas, tenho que ir.
-Tudo bem, tenho que trocar minhas unhas... Já estão amarelas de podridão.
-Até mais!
-Até.




(Não sabem...)



Nikku
"Eu vou fazer você sentir isso
Corpos mortos flutuando na escuridão..."

4 de out. de 2009

[Interlúdio]

- Alguém está procurando por você.
-Quem?
-Ninguém.
-...
-Afinal, qual a diferença?

Nikku

3 de out. de 2009

Logo, logo, vou digerir as maçãs que estão em meus cabelos,
Pois já é hora dos cegos verem e os surdos ouvirem o silêncio...

Nikku

2 de out. de 2009

Neutralização

Todas as noites
A lua cheia
O cheiro sangrento
Rufar de tambores
Escorrer de dentes
Redemoinhos na terra
Treme, treme.
Os ossos se levantam
Carnes em putrefação,
Olhos murchos,
Exaltação massacrante,
Membros desconjuntos.
Os ossos dançam ao som
Dos tambores da meia-noite
Para cima, para o lado
Espalhando o gás
Formas que mesclam
Com a temperatura baixa...
Cessam os tambores
Os ossos se desmontam
Cheiro ácido
Inflamam, inflamaram,
Inflamarão...

Nikku

1 de out. de 2009

Já chega de tudo isso...

Nikku