27 de jun. de 2011

Não consigo pensar...
Em nada por enquanto. Não sei se já se sentiu assim...
Quando só o seu corpo está presente e vira algo mecânico...
Sua mente está querendo apertar o botão de desligar
E seus olhos pesam mas ainda conseguem ficar abertos...

"Prepare-se para evacuar alma em... dez... nove... oito (...)"

Nikku

14 de jun. de 2011

Passagem

A vida iniciou-se há poucos meses... 16. Adeus, agora, ao rastejado e saudações ao engatinhado... Estou grato, dezesseis. Grato pelo amadurecimento, seja bom ou ruim. Não que o deixe agora!
Agradeço por tudo o que é, foi e não será.
Adeus para os dezesseis. Aproveitarei os últimos momentos,

E direi, então, Olá para 17.

Nikku

7 de jun. de 2011

Nada


Dedos tremem, vem a insônia.
O que há de errado comigo?
Carne morta, feridas na perna,
Roupas molhadas, infectadas.
Comem uns aos outros,
Dividem serotonina.
Comprimidos: azul, amarelo,
Ladeados da alma gatuna.
Fogo intenso do existir,
Dor. A prova da vida.
Dá-me um pouco de ar,
Pois aqui está destilado.
Não acaba o pulso...
Pressão forte. Forte.

Força. Contato. Físico.

Nikku

5 de jun. de 2011

Pratos e Facas

Era alguma hora da madrugada, não consigo me lembrar com veemência. O sobretudo estava encharcado. Uma chuva torrencial chicoteava meus cabelos, que desgrenhavam-se em ondas sobre meus olhos. Encontrava-me em um estado de cansaço tão intenso que minha respiração ecoava de forma lenta e desagradável.
A rua era de calçamento antigo, nem parecia mais que eu estava naquela Cidade. Havia pequenas casas, agregadas umas às outras, com varandas floridas de rosas negras, cada qual com um poste aceso à luz de velas. O ambiente era tão amarelado que chegava a abusar a vista. O céu, carregado de nuvens, moldava formas interessantes. Cheguei a vislumbrar mãos, chamando por Alguém.
Minhas botas, compradas recentemente, pareciam envelhecidas. Talvez a iluminação ajudava, não sei. A única parte que me agradava de tudo aquilo era o frio. Sim, o frio. Envolvia a minha alma com tanta delicadeza, que o seu silêncio trepidava pelos ouvidos. O sobretudo já se aderia à pele com facilidade, era tanta água! No bolso, tão inundado quanto o lado externo, só me restavam um isqueiro de prata, papéis com memórias escritas, duas cápsulas de sono, e uma caixinha vazia de Dunhill, quase que desfeita.
Com a chuva escorrendo para todos os poros, ficava difícil andar pela avenida. Meus olhos só enxergavam figuras turvas perambulando vagarosamente, algumas com cabeças enfaixadas. Comecei a andar com lentidão, observando bem a variação de residências. Nem sabia eu o nome da avenida. Em verdade, minha mente estava uma bagunça. As memórias transcendiam o papel, mas que loucura!
Aos poucos eu percebia que uma residência se destacava entre outras. Cheguei mais perto, e apertei-me os olhos, quando visualizei um pequeno e aconchegante Café, com faixada de vidro. O estabelecimento possuía, na parte ao ar livre, mesas molhadas, e cadeiras invertidas, postas para escorrerem, em cima delas. Tentativa em vão, uma vez que a água golpeava o Café. Vultos se moviam detrás do vidro, com mesma lentidão, e eu ouvia bandejas e porcelana rufando. Conversas, risos afogados em silêncio.... Ah, os risos...

(continua)

Nikku


É estranho... porque... o motivo de tantas coisas é a falta do acontecer. Deveria ser o contrário, não? Sentir-se desconfortável pelo excesso de (...).
Mas Não.

Nunca.

Nikku

2 de jun. de 2011

Vulcão

Mandei tudo se foder há pouco tempo...
Verei o quanto isso vai durar.
Prevejo que pouco.
A alma é fraca,
Assim como a leve carne!
Tão óssea, tão maleável.
Quem me dera não fosse!
E sim como concreto
Ou uma rocha magmática.
Um dia tão líquida e quente,
Hoje só fria e rija.

Nikku

1 de jun. de 2011

Algo no Caminho


"Debaixo da ponte
A lona se rasgou, gotejando.
E os animais que eu aprisionei
Viraram todos de estimação,
E estou vivendo de grama,
E as gotas do teto.
Tudo bem em comer peixe,
Pois eles não têm sentimentos.

Algo no caminho..."