Estrela queria se esparramar em alguma galáxia. Estava tão
triste: sozinha naquele infinito, só desejava explodir e costurava os seus
desejos com hidrogênio fulminante. Suspensa na agonia do seu negro vazio, as
cadentes rodopiavam estranhas invejas que texturizavam a alma estelar, fosse
ela em seus momentos de espectro elevado ou inferior.
Estrela queria um rosto como tinham os majestosos planetas.
Estrela havia cansado de produzir sua própria luz: cobiçava, ao menos uma vez,
que algum astro luminoso desse o ar da graça. Estrela sabia que deveria ser mais
paciente. Concomitantemente, a fluidez do contato com sensações adjacentes à do
isolamento era mais veemente do que a velocidade da luz que emanava.
Sobrecarga.
Nunca houve música voando pelo indomável vácuo. Estrela
produzia melodias visuais: regulando sua intensidade, às vezes até em código
morse cantava. Tendo perfeccionado sua arte, o resto de seus dias se esvaiu
como fumaça enquanto conjugava graus luminosos em inumeráveis partituras plasmáticas.
Após a fusão que parecia interminável, estrela expandiu.
Estrela detonou-se. Estrela sabia de seu valor com mais convicção do que
qualquer outro ser: ela tinha valor nulo.
Níkku