29 de nov. de 2009

Varredura


Distrações...

O corpo se faz ausente de vida
Enquanto a Aranha deseja mais.
Cavando fundo na pele, depara-se
Com tudo aquilo que fora jogado.
Sua vida inútil, protelações jogadas
Amores que nunca existiram
Carinho sempre rejeitado
Sonhos arremessados longe
Sorrisos retalhados...
Pelas garras da opressão.

Distrações...

Discorria a Aranha sobre o que achou
No caminho daquele dedo de pé necrosado
Passando pelos tecidos epiteliais,
Conjuntivos, musculares, ósseos...
Chegou nos cerebrais.
Drogas enfiadas no crânio,
Pensamentos...
Sempre descartáveis, assim
Como o seu todo.
Ser sem utilidade...
A única Aranha que teve coragem
De invadí-lo... Apodreceu junto
Até tudo desintegrar e desaparecer.

Ao longe.



(Distrações...)

Nikku

28 de nov. de 2009

E solitário morreu ele, entre velas e paredes.





(Não conhecia, nem sabia).

Nikku

22 de nov. de 2009

Apresse-se para comer o brócolis antes que ele fuja do prato!

Nikku

18 de nov. de 2009

"Desculpe...

por pedir desculpas."

16 de nov. de 2009

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!




[In]audível.

Nikku

15 de nov. de 2009

Proteção


Venha! Quando estiver com medo
Estarei pronto para te ajudar
Segurando a sua mão
E empurrando cada vez mais você
Direto para a escuridão!

"Confiança é para fracos
O único meio no qual
Realmente se pode confiar
É o...

(Medo)"

Uma viagem para nunca mais
Esquecer, nem se lembrar
Até porque depois não haverá
Cérebro para pensamentos pulsar,
Muito menos conectar.

Cai...
Cai...
C...
a...
i...

A-b-i-s-m-o.

Nikku

11 de nov. de 2009

Des-co-ne-xo


O vulto levanta-se, não sabe onde está
...
Tempo passa, e logo se lembra
Tudo aquilo não fazia menor importância
Estava extremamente entorpecido
Não precisava de drogas para chegar naquele estado
O organismo produzia suas próprias anfetaminas
Caldeirão de pesadelos, desilusões,
Doces dores...

Cabelos desarrumados, pensamentos segregados
As músicas pela tarde faziam-no entrar numa
Espécie de déjà vu de contorções e gritos guturais
Era a hora do show dos trinta e três paraplégicos.

Sorrisos de loucura, devaneios de travessuras
Unhas com fome de carne e vômito
Úvula vibrante para expelir o líquido desvairado
Coitado... não conseguia controlar sua mente.
Ou seria ele alguém de sorte?
Ouvindo os feios seis.

Junta-se tudo e explode.












(Mais um grão de areia para a ampulheta de ar.)

Nikku

7 de nov. de 2009

Listras

Para o circo vão todos
Nem sonham eles
O que espera...

Ao chegar, deparar-se com
O colorido e o vívido não é difícil.
O que se torna desfavorável é
Tentar largar a penetrante
Música e as risadas gratuitas.

Os humanos, aqueles, nem sonham
O que o verdadeiro palhaço quer...
Regozijados formam-se constantemente
E é o que ele realmente quer,
Para depois, com sua maquineta
Drenar essências vitais, captadas
Pelo fino, mas rijo fio que conecta
Os risos ao âmago do ser.

Deploráveis foram e são seus atos,
Tomar algo que não é seu
Mesmo aquilo que nem matéria é.
Pois aqueles seres não vivem,
Infelizes seres, somente de substância.

Enquanto isto, os palhaços,
A cada dia perdem as rugas
O cansaço, a pobre locomoção,
Os cabelos brancos,
E o mais (ou menos) importante:



O riso.

Nikku


3 de nov. de 2009

A cada dia uma célula de insanidade é ganha.





(Relativismo)

Nikku

2 de nov. de 2009

Nada


A Morte se aproxima dos indivíduos
A tão pálida e trêmula Morte, que
Alguns almejam e muitos outros temem
O esquema processado em cima da caixa
De madeira que verte abaixo da terra
É simplesmente um pelo qual a todos virá.
E logo, as hemáceas pararam o fluxo
Da cabeça aos pés; a visão entrou
Em um estado de desfocagem e apagamento;
O último pingo de suor foi excretado...
Delírios, frio, desequilíbrio, sorrisos amarelados
Desespero, angústia, agonia, dor, vertigem!
Uma vida toda, embora pelos poros
Do solo terrestre, toda transfigurada em
Insignificância, para nunca mais ser lembrada...
Nunca mais ser vivida...
Para ser convertida em nada mais
Do que algo a ser

De-com-pos-to...





(Mais vinho para a ceia
[in]desejável dos vermes, por favor).


Nikku

1 de nov. de 2009

- É novo?
- Velho.
-Comprou?
-Preciso responder?
-Você quer?
-Não.
-...
-Estou desconfortável com sua presença.
-Adeus, então.
-Inferno.

Nikku