21 de set. de 2015

Espiralar

Desconecta o rosto do meu dorso
Arranca teus olhos de minha pele
Ofereça três, um, quatro abraços ao nada
De mim tão longe rode tuas órbitas absurdas
Não rasgue o que é de papel e sim plástico
Feche teus ossos à voz de chumbo
Não permita que as ondas ressonem no teu cálcio
Endureça, desobedeça, mas saiba
Momento de espiralar LIBERTA

Raízes? 
Que sejam apenas aéreas

Níkku

14 de jul. de 2015

Med dagen

Mesmo distante, estás perto.
Mesmo sem nos falarmos, lembranças não cessam.

E assim tem sido, há anos.
Assim espero que seja, por mais tempos.
Nossas mãos, dedos, falanges, unhas, para desenhar o porvir.
Cores, flores, um frio, um fio de cabelo misto quente-frio.

Felicidades: fotografe-as.

Gratulerer

Níkku

14 de mar. de 2015

Porque...

Porque...

Porque poesia se faz onde o coração grita
Porque admonições encarceram e lacram
E a poesia vem com suas garras majestosas
Lacerando e infligindo qualquer tormento.
Porque dos meus olhos sangram versos de contemplação,
O estado da mente de onde brotou em profusão 
Calmarias, sabores, o não dito, o que não está a postos.
Porque não é preciso estar pronto para fazer poesia
Necessário é só provar (mas quem precisa?) a si mesmo que nunca se estará pronto
Para fazer poesia.

[A ti, sabes bem.]

Feliz dia da poesia.

Níkku

8 de jan. de 2015

Encéfalo

O relógio fez questão
De escalpelar minhas coronárias

Meu sangue, cada vez mais claro
Menos oxigênio

O vento, que antes acalentava,
Faz escorrer gota mais ácida de minha espinha

O suor, mais salgado
A cabeça fustigada num muro

Massa cinzenta que escorre
Brilha com sangue claro
No muro de asfalto

Níkku

6 de jan. de 2015

Ophidia

A palavra mais cobra
(E eu digo cobra pegando o senso comum de ruindade, pois adoro o bicho. Possui uma sedução, um perigo, um tudo!)
Mas a palavra mais cobra
Que silva tanto em sua grafia
É desassossego.
É tanta curva, tanto ‘s’,
Tanto rodopio de emoção!
Os sentimentos sibilam depois que nosso olho entra em contato com os tantos ‘s’ sem sossego;
É quase como se a alma entrasse num andamento em presto.
A tinta rasga os meus olhos ao ver tanto ‘s’ ausente de sossego
E é isso o que, ao final de contas, a tinta faz
Tinge nossos (ou o meu) corações de preto.

Porque sim, eu escolho o preto.

Níkku

18 de jun. de 2014

Ia

Que de nós seria
Se a pura poesia
Não abrisse nosso coração?

Que de nós seria
Se a mais pura poesia
Não nos ensinasse com maestria
A nos perdermos da razão?

Níkku

2 de jun. de 2014

Decolagem



Aprendi que, após muito tempo, toda esta tentativa de guardar mágoa e rancor tem sido fútil. Temos tão pouco tempo na Terra, e se empenharmos o nosso espírito – ou ser – com estes venenos, só temos a perder.
Hoje a minh’alma tenta se vestir de perdão. Ela ensaia expurgar a soberba e o mal alento. Não vale a pena darmos alimento a sensações que ensejam roubar nossa sanidade, nossa integridade – ao menos as que cultivamos sóbrios.
Decidi me limpar deste ódio profundo. Diríamos que me reabilito de algo que engolia com afinco: algo que eu julgava ser meu principal escudo. E foi sim, por um vasto tempo, um bonito e negro escudo. No mais, como pedaço de frágil metal, ele foi enferrujando, sendo corroído. Como necrose, começara a invadir os meus tecidos.
Hoje apareceu-me um demônio – um divino demônio. Ele não me tentou a fazer coisas ruins. Ele, a consciência, me fez mesclar o meu âmago com uma fonte de calmaria, de decisão. Meu peito subiu como aeronave. Tentou aterrissar: foi um pouco fracassado.
  Não apareceu, ao final do expurgo, o yin e yang. Apareceu paciência. Complacência. Um sopro de mudança, música, um aguardo. Aguardo sem retorno. Perdoo e aguardo. Meu corpo soltou o peso, está quase uma pena de águia.

Níkku

29/05/2014

11 de abr. de 2014

Desbravar

Desbravador da alma demoníaca
O que farás de vez em nunca?
Procurarás salvação debaixo das asas de corvos?
Precisas realmente de um salvo conduta?
Por que não apodrecer na melancolia deste crepúsculo?
A fumaça que gira em torno de ti sabe da verdade

Continue desbravando as moléculas do abandono,
Desbravador da alma demoníaca.

Níkku

23 de jan. de 2014

Permissão

Permissão

"Todo ser humano nasce e morre sozinho, não se engane".

Delicie a solidão
Pois ela é o que tens de maior requinte.
Permita que ela flua em teu tecido como adaga flamejante,
Permita que ela tire teu ar como vácuo se formando,
Permita que ela instigue os teus pensamentos mais obscuros e profanos.
Não obstante, permita que ela te encourace da sensibilidade mais fugidia,
Permita que ela te roube de ti mesmo:
De ti e de todos ao teu redor.
Permita.

Níkku

16 de dez. de 2013

Stella

Estrela queria se esparramar em alguma galáxia. Estava tão triste: sozinha naquele infinito, só desejava explodir e costurava os seus desejos com hidrogênio fulminante. Suspensa na agonia do seu negro vazio, as cadentes rodopiavam estranhas invejas que texturizavam a alma estelar, fosse ela em seus momentos de espectro elevado ou inferior.
Estrela queria um rosto como tinham os majestosos planetas. Estrela havia cansado de produzir sua própria luz: cobiçava, ao menos uma vez, que algum astro luminoso desse o ar da graça. Estrela sabia que deveria ser mais paciente. Concomitantemente, a fluidez do contato com sensações adjacentes à do isolamento era mais veemente do que a velocidade da luz que emanava. Sobrecarga.
Nunca houve música voando pelo indomável vácuo. Estrela produzia melodias visuais: regulando sua intensidade, às vezes até em código morse cantava. Tendo perfeccionado sua arte, o resto de seus dias se esvaiu como fumaça enquanto conjugava graus luminosos em inumeráveis partituras plasmáticas.
Após a fusão que parecia interminável, estrela expandiu. Estrela detonou-se. Estrela sabia de seu valor com mais convicção do que qualquer outro ser: ela tinha valor nulo.

Níkku

5 de ago. de 2013

Second Sight

Days getting longer around here, days getting shorter up there. Summer always comes and winter always goes. Would you, by chance, think that it's sad or fortuitous? Everyone's got a different skin to tell it. What my skin that enlaces me tenderly knows is that those black, rounded, coal colored eyes are branded in my memory. They cry a sad and endeavoring song which reaches out and catches only my little right hand finger. The sea, earth and air part us. Are they selfish? Or is it really time who controls our distances and destinies? I'd open a loop hole in time and travel to a moment where nothing else would matter: solely my chest pressing against yours. Sadness drained out of our eyes. Pure bliss filling them up like a moonshine tide. I'd also try creating one more sight: apart from the one I see reality with, one for seeing only you. I would manipulate the second sight just to feel a little closer every time this abyss opens in the shelves of my core. Intertwined in madness and reality, I would sail away to the shores of the sea that is my conscience, bound for freedom.

Níkku

31 de jul. de 2013

Distante



Capturando toda a luz, explode ao meu redor a aura.

Comprime-se,
Dilata-se,
Chora.

Apavora-se,
Antecipa-se.

Finge, calcula,
(e o coração só comprime, rompe, deprime).

Em cada fragmento meu te quero diluído:
Do despertar ao adormecer.
Mas, oh!  Por enquanto, está proibido.
“Mais tarde”, disse o tempo com prazer.

Níkku

13 de jun. de 2013



Vejo verdadeiras vozes no vento

Como vultos envoltos em vontades.

Esvoaçantes e vis vontades.





Níkku

4 de jun. de 2013

Rosa

Defenestremos a vida
À espera de que caia em solo fértil;
Quem sabe nasce uma Rosa.
Ao fim das contas,
Os espinhos não importam.

Nikku

29 de mar. de 2013


Faces
Formadas por fetos fáceis de fazer
Fodem e focam o funesto em fases de
LUA

Nikku

18 de mar. de 2013



Tão bom

Tão muito um tanto bom

Ver que tanta diversidade

Traduz tantos tragos de poesia.

A poesia, que um dia partia,

Hoje volta em harmonia

No poeta que, pouco antes, não paria.





Nikku

5 de dez. de 2012

Bo****


Estava eu divagando mentalmente sobre bocetas, quando nasce uma personagem em minha cabeça. A mulher da boceta torta. Sim, uso o termo “boceta”. Não me importo com porcaria de politicamente correto. Gosto da palavra. É expressiva, gostosa de se pronunciar, impactante, interessante. Boceta. Esqueçam o pudor, esqueçam. Experimentem falar. Bo-ce-ta. Agora dêem um grito. BOCETA. Sussurrem-na. Boceta... Muito bom, pois não? Você aí que não teve coragem de pronunciar a palavra, não sabe como é libertador.
Enfim, a história da mulher da boceta torta, contarei em outra oportunidade.

Nikku

20 de nov. de 2012

Para que não precisemos medir as palavras... lá vem a escrita oculta.

Nikku

18 de nov. de 2012

Linhas

Morbidez bate. Os olhos refletem tudo. Estou me enganando ao anestesiar esta dor com o dia a dia que não desejo? Não deveria entregar-me à fraqueza insana? Seria esta uma forma de provar minha força? Ao ligar o "foda-se"?

O que vivo até agora mascara todos os sentimentos. Horário para isso, remédio para aquilo, comida para melhorar, estudos para passar, textos a escrever...

O meu objeto que mais me causa desespero e desconforto hoje em dia é o despertador. Está mais do que na hora de viver a realidade dentro da fantasia. A fantasia onde não se importar é a melhor forma de resistir a tudo. Daí, vem outro tipo de máscara. E então... vai topar?

Nikku

8 de nov. de 2012

Remembrance

You may think not remembering you
Must be sad.
But I see it completely differently.
'Cause everytime that happens, 
Remembrance always returns
And it's as if I'm discovering something new
Again and again.
And what's new and warms our hearts
Always fascinates in a special way.

I write this to you, Lotte Kestner.

Love from Brazil, 

Nikku

6 de nov. de 2012

Miiiiiii

Hoje a inspiração
Me explodiu em mi maior.
Acorde favorito meu
De violão!

Tentando encontrar uma forma
De explicar tal conexão
Encontro-me encarcerado
Por uma total incógnita!

):

Nikku
Apraz

Não me apraz a resposta.
Não me apraz a pergunta.
Não me apraz o pensamento,
Muito menos o fato.

Quero deixar, porém, claro,
Que o desejo, silenciado,
Descansa em Morfeu.

Nikku

Mocinha

Presilha azul na cabecinha.
Tão mocinha!

Não me engana.
Adivinho só
As volúpias na cama.

Nikku
Piras, voas, amas,
Bem como sentes saudades. 
Eis algumas das tantas cores
Do espectro da [in]sanidade.
Suicida, trucida, vomita. 
Não obstante tudo, se excita.

Nikku

10 de out. de 2012

Constantemente o [nor]mal de sempre.

Nikku

7 de out. de 2012

Desencontrado... sem propósito. Vagando infinitamente. Doente. Sem amor. Sem nada. Vazio.

Nikku

4 de out. de 2012

Le brille de tes yeux qui ne me cherche plus pas me rend triste.

[O brilho dos seus olhos que não me procura mais me faz triste.]

Nikku

13 de set. de 2012

Na rua da companhia só havia saudade.

Nikku

12 de set. de 2012

Train

Nem eu iria trocar,
nem eu iria trocar um trem
por uma troca destreinada de trens
de trilhas tão incompletas
de todos os locomotivos trens

Nikku
A vida é uma desconstrução de uma fossa. A cada cano você encontra só mais e mais merda. Uma hora alaga. É grotescamente cruel.

Nikku

7 de ago. de 2012

Sinto você aqui, não sei por quê. É como se estivesse aprisionada, encarcerada, com gazes enfaixando sua boca. Gritando estridentemente, não obstante não estar sendo ouvida. Não me sinto tão só, mas quero mais que sua presença muda, quero escutar sua voz inteira.


Nikku

28 de jun. de 2012

Continuem com seus escudos
E tudo será mais fácil assim.
O melhor deles?

Pessimismo.

[Não é isso o que vocês querem? Facilidades...]

Nikku

2 de jun. de 2012

O buraco que estava cauterizado se abriu novamente.
Arde tanto, falta tanto, sai tanto...
Não vai sobrar nada.

13 de mai. de 2012

Dor: palavra tão pequena... sensação tão enorme.

14 de mar. de 2012

É tanta repressão... auto. Não suporto. Vontade de desistir. E por que eu não estaria falando sério?

11 de mar. de 2012

O Brasil não foi feito pra roupas.

Nikku

8 de mar. de 2012

Gritos e gritos...
Discórdia e mais gritos.

Nikku

16 de fev. de 2012

Forme

N ...
Usou farda a vida toda, e quer mais uma agora?
S ...
Claro. Não vou ficar usando minhas roupas normais.
N ...
Essa é a graça. Expressar individualidade, meu caro!
S ...
Individualidade nada. Você nunca foi à biblioteca?
N ...
Fui ontem.
S ...
Está lá escrito: não esqueça, somos um sistema.
N ...
(...)
S ...
Então pronto!
N ...
Não vi isso.
S ...
Pois está lá. Procure no mural. Como vou fazer parte do sistema sem a camisa do mesmo?
N ...
(...)
S ...
Eu mesmo não quero ficar de fora do sistema.

S&N

3 de jan. de 2012

Tempo é uma perda de Tempo.

Nikku

31 de dez. de 2011

"É como preencher um buraco na terra com água. A terra ou ficará seca novamente, ou a água a desgastará mais, deixando um buraco maior ainda."

T.E.

20 de dez. de 2011

Não é necessário ser um gênio para perceber que está sendo evitado.

4 de dez. de 2011

Amor,
não fique assim
Um pouco de ti
quero guardar pra mim.

Nikku

17 de nov. de 2011

Burro

"Meu coração está partido
mas eu tenho um pouco de cola
Ajude-me a inalar
e remendá-lo com você.
Flutuaremos por aí
E ficaremos pelas nuvens
Depois desceremos
E teremos uma ressaca"­ ­

K.C.

12 de nov. de 2011

Real

As sombras se escondem na escuridão
Porém a rutilância se revela
Esmaecendo tudo que a contraria
As figuras, então, lutam
E mais uma vez o escuro paira.

O calor sentido...
Nunca mais é recuperado.

Nikku

10 de out. de 2011

O mundo seria mais digno se as doenças escolhessem por caráter...

Nikku

26 de set. de 2011

Hélio


O sol é repetido. Ele se repete todo dia... é sempre a mesma coisa. É como se fosse uma figurinha de colecionar... quando você compra e vem repetido. Então é frustrante ter que ver essa figura repetida que nada no céu. E ainda é diferente, porque as figurinhas eu posso comprar, mas o sol não... o sol não...

Nikku
O problema sou eu.

Nikku

12 de set. de 2011

"Ele pegará as drogas que você roubou
E você ficará bêbado com vinho elétrico."

6 de set. de 2011

Véspera


Noite, frio
Coca-Cola, bolo
Em forma de violão
Vela de cigarro...

Pula nas telhas,
Quase cai, celebra.
Ébrio, insano
Tenso, eufórico
Música Collectiva.

Um ano, dia sexto
Abraços, frio
Agarrados, prazer.
A volta, os risos
A grama, as cinzas.

Sono que deturpa
Lábios que mordem
Calor, escadas
O Frio, um fim.

Nikku

3 de set. de 2011

R

e s p

i

n g

o

s

de tinta caíram sobre meu cérebro.

Nikku


2 de set. de 2011

"We used to love ourselves
We used to love one another"

1 de set. de 2011

A minha constante me irrita.

Nikku

27 de ago. de 2011

"Guarde todos os seus segredos embrulhados em cabelo morto, sempre"...
Aceitar ter estes fantasmas é como voluntariamente pôr chumbo nas costas. Qualquer tropeço e você quebra seus ossos.

Nikku

17 de ago. de 2011

Regressão

-Gosta de tarô, Mr. Agnóstico?
-Encanta-me o estudo. Desestimula-me ao acreditar que são mentiras empilhadas.
-Tiro tarô há um tempo...
-Sabe aquela coisa de "Tiro o papel do biscoito da sorte chinês por ser divertido" ?
-Haha. Sei...

---

11 de jul. de 2011

-Não devia doer tanto assim.
-Morda o lençol, ou beba formol. Escolha o mais conveniente.

N&F

Meia


A boca salivante,
O tempo adiante,
E o estômago treme.

Todos no sono,
Seria meu o sonho?
De abocanhar chocolate.

Caminho à cozinha,
Tudo as mãos varrem,
Para ficarem sozinhas.

Abro o compartimento
Mais frio do apartamento,
Encontro massa branca.

Frigideira, colher, despejo.
Do relógio era o ensejo.
A fome batia nos ponteiros.

Acendo o fogo e arrisco.
Então formo três discos,
Um sendo de imperfeição.

Uma pincelada de manteiga,
Mas que Tapiocas leigas!
Mais uma, sim?

Degustar, deglutir,
Está na hora de ir...
De meia noite já passa!
Hora da fumaça.

Tapiocas à meia noite!

Nikku


8 de jul. de 2011

"-Seus rostos... sob a pele.
-A pele?
-Entre este mundo e o próximo... seus dentes e suas garras saem, tentando invadir...
-Você tomou alguma droga no táxi?
-O quê?
-Como um comprimido ou algo...
-Um comprimido com o seu rosto nele. Aqui... (no seu peito) o buraco que se encaixa com o meu. No momento que te vi... eu soube que era o mais perto que teria em estar... perto. Eu não sabia o que fazer com aquele sentimento. Felicidade. (...) Você me enfraqueceu. "

4 de jul. de 2011

Esqueça!

Sua voz se esganiça como uma águia rasgada,
Seus olhos perderam o brilho como um espelho arranhado.
As lágrimas lavam o rosto que um dia tão imaculado foi.
Só esperava eu que tais lágrimas lavassem também o sentimento,
A Depressão de ter o delírio de perder alguém.
A garganta é arranhada pelos gritos nunca dados, tão inúteis...
Tão inaudíveis.

E agora só peço que... esqueça...
Seria demasiada tortura?

Entenda... e esqueça.

Nikku

27 de jun. de 2011

Não consigo pensar...
Em nada por enquanto. Não sei se já se sentiu assim...
Quando só o seu corpo está presente e vira algo mecânico...
Sua mente está querendo apertar o botão de desligar
E seus olhos pesam mas ainda conseguem ficar abertos...

"Prepare-se para evacuar alma em... dez... nove... oito (...)"

Nikku

14 de jun. de 2011

Passagem

A vida iniciou-se há poucos meses... 16. Adeus, agora, ao rastejado e saudações ao engatinhado... Estou grato, dezesseis. Grato pelo amadurecimento, seja bom ou ruim. Não que o deixe agora!
Agradeço por tudo o que é, foi e não será.
Adeus para os dezesseis. Aproveitarei os últimos momentos,

E direi, então, Olá para 17.

Nikku

7 de jun. de 2011

Nada


Dedos tremem, vem a insônia.
O que há de errado comigo?
Carne morta, feridas na perna,
Roupas molhadas, infectadas.
Comem uns aos outros,
Dividem serotonina.
Comprimidos: azul, amarelo,
Ladeados da alma gatuna.
Fogo intenso do existir,
Dor. A prova da vida.
Dá-me um pouco de ar,
Pois aqui está destilado.
Não acaba o pulso...
Pressão forte. Forte.

Força. Contato. Físico.

Nikku

5 de jun. de 2011

Pratos e Facas

Era alguma hora da madrugada, não consigo me lembrar com veemência. O sobretudo estava encharcado. Uma chuva torrencial chicoteava meus cabelos, que desgrenhavam-se em ondas sobre meus olhos. Encontrava-me em um estado de cansaço tão intenso que minha respiração ecoava de forma lenta e desagradável.
A rua era de calçamento antigo, nem parecia mais que eu estava naquela Cidade. Havia pequenas casas, agregadas umas às outras, com varandas floridas de rosas negras, cada qual com um poste aceso à luz de velas. O ambiente era tão amarelado que chegava a abusar a vista. O céu, carregado de nuvens, moldava formas interessantes. Cheguei a vislumbrar mãos, chamando por Alguém.
Minhas botas, compradas recentemente, pareciam envelhecidas. Talvez a iluminação ajudava, não sei. A única parte que me agradava de tudo aquilo era o frio. Sim, o frio. Envolvia a minha alma com tanta delicadeza, que o seu silêncio trepidava pelos ouvidos. O sobretudo já se aderia à pele com facilidade, era tanta água! No bolso, tão inundado quanto o lado externo, só me restavam um isqueiro de prata, papéis com memórias escritas, duas cápsulas de sono, e uma caixinha vazia de Dunhill, quase que desfeita.
Com a chuva escorrendo para todos os poros, ficava difícil andar pela avenida. Meus olhos só enxergavam figuras turvas perambulando vagarosamente, algumas com cabeças enfaixadas. Comecei a andar com lentidão, observando bem a variação de residências. Nem sabia eu o nome da avenida. Em verdade, minha mente estava uma bagunça. As memórias transcendiam o papel, mas que loucura!
Aos poucos eu percebia que uma residência se destacava entre outras. Cheguei mais perto, e apertei-me os olhos, quando visualizei um pequeno e aconchegante Café, com faixada de vidro. O estabelecimento possuía, na parte ao ar livre, mesas molhadas, e cadeiras invertidas, postas para escorrerem, em cima delas. Tentativa em vão, uma vez que a água golpeava o Café. Vultos se moviam detrás do vidro, com mesma lentidão, e eu ouvia bandejas e porcelana rufando. Conversas, risos afogados em silêncio.... Ah, os risos...

(continua)

Nikku


É estranho... porque... o motivo de tantas coisas é a falta do acontecer. Deveria ser o contrário, não? Sentir-se desconfortável pelo excesso de (...).
Mas Não.

Nunca.

Nikku

2 de jun. de 2011

Vulcão

Mandei tudo se foder há pouco tempo...
Verei o quanto isso vai durar.
Prevejo que pouco.
A alma é fraca,
Assim como a leve carne!
Tão óssea, tão maleável.
Quem me dera não fosse!
E sim como concreto
Ou uma rocha magmática.
Um dia tão líquida e quente,
Hoje só fria e rija.

Nikku

1 de jun. de 2011

Algo no Caminho


"Debaixo da ponte
A lona se rasgou, gotejando.
E os animais que eu aprisionei
Viraram todos de estimação,
E estou vivendo de grama,
E as gotas do teto.
Tudo bem em comer peixe,
Pois eles não têm sentimentos.

Algo no caminho..."

30 de mai. de 2011

16 para 17.
Ela tinha vagina de menino.

Nikku

22 de mai. de 2011

-Mas ela é lésbica mesmo?
- Não sei.
- Menina, eu to do seu lado!
- Mas a água...
- Hã? Fernanda...
- Mas ele vai mesmo?
- Chuveiro.

(...)

?

13 de mai. de 2011

Desprendo-me das oportunidades supersticiosas.

Nikku

27 de abr. de 2011

[Des]amor


Por onde anda o meu Desamor?
Sinto pelo seu sumiço tanta dor!
Perdi todo o raciocínio e concentração
Adquirindo sentimentos em vão.

Por onde anda O Desamor?
Aprisionado em sua jaula de concreto?
Ou seria no cárcere de seu coração?
Tão privado, um tanto discreto.

Por onde anda seu Desamor?
Jogado numa esquina ou no deserto?
Seja lá qual dos dois for
É de fumaça podre encoberto.

Por onde anda Todo o Desamor?
Soltou tantas cores de alegria
Porém desbotou tudo com suas lágrimas.
Não consigo mais... é muita agonia...

Nikku

26 de abr. de 2011

Arrebate


O fluxo de passos ecoa
Pelas memórias do cavalheiro
Pensamentos fustigados
Por vários risos zombeteiros

Tantas cores nestes passos,
Formatos famintos.
Na verdade, o que buscam?
A segurança, não minto...

Nikku

18 de mar. de 2011

Como quem não quer nada... deseja Tudo.

Nikku

11 de mar. de 2011

Vem...


Onde você está?
Quero-te ao meu lado,
Ou Aqui,
Tanto faz,
Apenas que seja para Sempre.
A distância dói muito mais que aquelas agulhas ocas
Marchando entre células.
Quero-te ao meu lado,
Alegre, triste, agitada, quieta, sombria, entusiasmada, apagada, [vibrante.
O seu Eu infantil, o seu Eu estranho, o seu Eu engraçado, o seu Eu otimista,
O seu Eu Suicida.
Se possível... arrancá-la-ia daquela distante terra belíssima
E a traria para o mais cordial abraço.
O abraço que eu te daria
A qualquer momento.

(Isso é para você) ...

Nikku

7 de mar. de 2011

-Que sentimento de solidão terrível.
-Há alguém em casa?
-Não.
-Sinto-me assim também... O problema é que há alguém aqui.

[...]

C&N

23 de fev. de 2011

Justo


Que Só o coração epitelial saiba a perda...

Nikku

14 de fev. de 2011

Que foi?
Sua vida?
Que se perdeu na primeira esquina....
E está esperando que alguém a encontre.
Ou encontrar alguém.

Nikku

Causticante


-Diga algo... apenas diga.
-...
-Nem que seja um suspiro.
-Suspiros não são frases.
-Confessa... antes que meu amor estoure.
-Depois que estoura, só sobra água.
-Essa é a única (água) que não traria vida a nada.
-É como se o seu amor fosse uma bola de vidro cheia d'água.
- E o seu?
- Só tenho ácido.
- É... seu amor me corroeu.
- Espero que ele te corroa mais...
(Uma lágrima cai - da primeira)
- ... até os ossos.
- Adeus.

... A lágrima brotou uma rosa Negra.

Nikku

7 de fev. de 2011

Mechanicus


Guarda-se para o final.
Põe-se a nascer
Põe-se a crescer
Põe-se a mastigar
Põe-se a suar
Põe-se a perguntar
Põe-se a raciocinar
Põe-se a pensar
Põe-se a comer
Põe-se a chorar
Põe-se a fazer
Põe-se a desenvolver
Põe-se a trabalhar
Põe-se a repetir
Põe-se a mecanizar
Põe-se a definir
Põe-se a calcular
Põe-se a prestar
Põe-se a repetir
Põe-se a ensinar
Põe-se a parafusar
Põe-se a fundir
Põe-se a costurar
Põe-se a sintetizar
Põe-se a fabricar
Põe-se a mecanizar
Põe-se a definir
Põe-se a calcular
Põe-se a prestar
Põe-se a repetir
Põe-se a perder
Põe-se a destruir
Põe-se a quebrar
Põe-se a morrer
Põe-se a trabalhar.

Nikku


1 de fev. de 2011

Fragmentos (meus)

"O horrível é quando não se quer nada.
Só se quer acabar com... aquilo.
Que sente."

"(Você )Não me conhece.
E acho que não conheço ninguém...
Pergunto-me por que continuar?
Continuar pra quê?"

"Não tem sentido".

"Eu tento todos os dias
Expurgar...
(Ou) Mais que isso.
Preciso que algo me complete.
Eu que não basto."

"Quem vai olhar pra você?"

"Não sei.
Isso é o pior.
Pode ser uma canalização de várias coisas.
É horrível.
Horrível."

"Continuar pra quê?"

"E é o que vem acontecendo comigo há tempos.
Sabe quantas vezes pedi para chorar?
Eu quero.
Muito.
Mas não consigo.
Acho que é um descarrego, e tem que ser forte para chorar e admitir isto."

"Que é tão emocional que chega a ser física..."

"Chorar faz bem...
Não tenha medo.
Eu te invejo muito."

"Faz falta o que nunca esteve presente,
o que nunca senti."

"Não acho.
Porque você consegue.
Quando não se consegue.
É pior...
Muito pior."

"Já sentiu um...
vazio?
No meio do peito...
Mas que não é vazio...
Porque dói..."

"Você[...]"

"E a dor não sai
Ela consome tudo..."

Nikku

30 de jan. de 2011

Uma pessoa (como eu)
Tem que ser muito masoquista
Para continuar com tudo isso.

Nikku

28 de jan. de 2011

É...

Agora eu acho que posso dizer pela primeira vez com certeza.
Quão difícil é fingir estar bem?

(Chega uma hora a ser insuportável).

Desejo morte.

Nikku

20 de jan. de 2011

Tem

E o ciclo se repete.
Eles vão embora.
Sempre vão.
Levam parte
Do sentimento...
Parece até egoismo.
Ou seria meu?
Não sei mais de nada.
Noção se perdeu
O que resta é virar
Aquilo vazio
E vagar,
Entre noites e outras tantas,
até que a Terra me consoma.
Sim... o mundo sempre foi cruel.

Nikku

Como


Já pensou que nunca foi o que pediram?
Nunca teve que gritar "E daí? Foda-se"
Para aqueles que enojam...
E param de falar com você...
Porque é difícil lidar com tudo isso.
Quando se importam demais... é difícil.
Parece que desenham um buraco na alma
Com um lápis de carvão em brasa.
Arde quando toca, e até semanas após...
Depois sobrando simplesmente uma cicatriz
Que perde toda a sua forma original, e
Aquele sentimento nunca irá tocá-la mais.
Como lidar com tanto amor?
Que no final só se torna desapontamento
Decepção... desamor.
Expectativas forçadas... deturpadas...
Excedente de óbito.

Alguma hora, vai ter que cansar.

Nikku

18 de jan. de 2011

-Por mais que nossa conversa esteja interessante... eu tenho que ir agora.
-Ah, sim..
É uma pena que sempre foge tão rápido.
(O tempo).
E que sempre é puxada tão rápido...
(Pelo tempo).

Que logo puxará a mim também.

Nikku

27 de dez. de 2010

"-Eles são esquizofrênicos...
-Sim, mas não se preocupe. Eu não sou. A voz me disse isso. Ela afirmou com toda a certeza."

24 de dez. de 2010

Eles chegam, fazem barulho, consomem tudo o que podem, até os recursos se esgotarem, dormem... e depois vão embora.

Consumir o silêncio.

Nikku
O pulso quase não pulsa.

Nikku

11 de dez. de 2010

Incomum


Sonhei contigo...
Que você voltava.
E caminhávamos nas ruas à luz do sol com Liberdade Esfumaçante em nossas mãos.

Nikku

23 de nov. de 2010

Afonético

E não admitem
(Que) É uma briga em silêncio.
Sem palavras,
Só pensamentos
De distância.
Não exatamente odiosos,
Nem de desgosto,
Mas uma distância.
Um desentendimento.
Uma dessintonia nas ideias.

Nikku

22 de nov. de 2010

Astray


I was in the ground
You were in the sky
What could've made you
Go so high?

You laughed and shouted
I grinded and howled
It was a scary place
The woman had no face

We went to a circus
With popcorns and candy
The dark man with a hat smiled
Told us there was plenty

And I grabbed your hand
To pull you out of the mirror
It was shaking and moist
My breath started to wither

We played ten songs
One, two in a row
Then we held our hands again
And to the north we started to go

Nikku

13 de nov. de 2010

Há muito o que obliterar.
Começar por Eles.
Terminar por Eles.
Sumir aos poucos...
Vão.

Nikku

27 de out. de 2010

Verde


Era uma menina apressada. Caminhava numa rua com prédios baixos e coloridos. Havia flores em alguns, jardins completos em outros. O céu estava escurecendo (para clarear do outro lado). Tinha um objeto metálico pendurado em seu pescoço, e sua respiração putrefata, invisível e escura soprava suas faces e cabelos negros. A maquiagem borrada remetia a um asfalto em modelagem.
Sentia seus ossos queimarem aos poucos... mesmo que o sol estivesse morrendo (por aquele dia). Olhou para os lados, não via nada que a atraísse. Passou a andar mais, deparando-se com pássaros degolados, tristes folhas ao chão. O céu parecia estar quebrando cada vez mais, e ela só pensava "Não posso parar". Correu mais, e o Ar estava começando a não fazer efeito... o oxigênio ia embora. Seus metais presos aos dedos ficavam cada vez mais gelados, e o Ar condensava ao sair de suas narinas. As árvores olhavam para ela, que cobria aos poucos os olhos com a franja. "Estão me olhando, sei que estão. Não tenho medo. São árvores. Fodam-se." O solo estava ficando claro, e o céu escuro. Aos poucos as cores estavam se invertendo. Negativo. A cabeça começou a doer, e as folhas marrons iniciaram risos em sua direção. A garota ouviu risos e mais risos, até que deu um abafado grito, caindo aos prantos.

"Não chore... estou aqui."

Nikku

19 de out. de 2010

Espere!

Você suspira debaixo dos meus sonhos...
Acaricia orelhas, rostos, meus.
Para após dizer que falta... algo.
Falta-me muito, mais notadamente o seu toque.

Cefaléia tortuosa... o ar me falta nos pulmões.
E o que grita é por ausência.
Suspiro até que minha garganta morfe,
e tudo se desmanche num lixeiro pré crematório.
Dói. Sim, dói. Palavras com letras apertadas
Tentam, para conseguir reclamar o que foi (perdido).

Nikku

12 de out. de 2010

Vindo


Tenho que libertar-me intensamente por dois segundos só para ver se você se importa. O brinco chegou triste, e conquistou a ti, como sempre fez. Lutei para que não fosse, mas conseguiu ir. Disse adeus com quase mordidas, mandou-se. Restou fazer o que queria. Sanidade perdeu-se, e quando voltou, permanecia o sentimento.

E sabe... eu gosto... de sentir isso. Sentir que as coisas estão tentando, mas não conseguem escapar.

Nikku

7 de out. de 2010

Móvel


Foi tudo tão rápido que a respiração alheia ecoava em minha mente... que aqueles olhos verdes alheios giravam em meus pensamentos, que aqueles cabelos fisicamente impossíveis de serem assanhados cobriam os meus sonhos pesad(el)os. Monóxido não acalmava, só matava. Miligramas eram [ex]pelidos e ingeridos.

E o relógio aumentava os passos.

É... talvez isso foi calma.

Nikku

3 de out. de 2010

Às vezes desejo não ter um corpo.

Nikku

29 de set. de 2010

Súbito


Mas eu tenho certeza de que todo este lixo
Circunda no nada...
E que além de todo o controle, recai
Sempre ao mesmo tempo.
E não se pode fazer nada...
[Quem?]
Endorfina que (quer, mas) não afeta mais.


Nikku

24 de set. de 2010

T


Sufocar o sentimento...
(com outro).
Sinestesicamente.
(Tato).

Nikku

20 de set. de 2010

-Sabe o que dói?
-Nunca.
-Saber que posso fazer algo... mas não farei.
-Por que não faz?
-Por simples falta de ímpeto.
-Odeio quando isso acontece.
-Foda-se, vou fazê-lo!
-Para quê? Acabou de dizer que não consegue...
-Será que devo mesmo não tentar?
-Deve. Ninguém nunca o entenderá mesmo.
-Tem... razão...
-Agora volte para o canto onde tudo começou.
-Para quê?
-Saberá quando chegar lá.

Nikku