27 de out. de 2009

Confiança...


Drenar sua alma.
Passando das dez horas
Numa caixa da madrugada
Ouço vozes fúteis e agulhas
Que apontam para as minhas veias
Não me importo nem um pouco.
Vomito adamantino todas as noites
Nunca tinha aproveitado...
Minhas unhas não cortadas
Meus cabelos não aparados
Aqui eu, prostrado na lápide
Sem uma mão para me levantar
Sem mais notas para no piano tocar
Não me importo nem um pouco.
A melodia da fria manhã
Que nasce em meu corpo
Impossível de alcançar.
Agora darei meus últimos suspiros.
Os olhos... Castanhos
Ensanguentados e cansados
Tórax deformado,
Sinais de infligimento...
Setas que correm
As paredes epiteliais
Nunca forçadas, setas
Que rasgam os tecidos...
Estigmas incuráveis.
Conto as estrelas
Agora desmaiando
No céu mesclado de cores.
Ninguém perto de mim...
Nem para lamentar o fim.
O brilho deixou... Os olhos.

...

(Ou não)

“Venha, vamos dormir(...)”

Nikku



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