20 de set. de 2009

Afastamento



Abro o portão, subo as curvas retas,
Para chegar ao outro, e abrir suas trancas.
Entro no lugar sombrio e abafado
Resguardando o pó e os insetos

Subo a colina de concreto, e logo passo pelo portal
O qual me conduz ao outro mundo.

Superfície de ondas brancas
Serve de apoio aos membros.
Olho para cima, e observo uma clareira.
Ao redor, os vários socos cinzas e brancos
No azul enfadado e morto.

Procuro por alguns instantes, e acho
Ao longe, lutando pela vida,
O pequeno ponto que ofusca amarelo
Entre as várias cicatrizes cinzas e cândidas
Abaixo das letras e setas pouco visíveis.
Meus olhos lutam para saboreá-lo.
O calor desbotado que só beliscos inúteis dá
Na pele cansada e pontilhada.

Aos poucos, viro cento e oitenta graus
Para contemplar a brisa que discretamente
Me envolve com a música ao redor.
E lá, finalmente, fecho minhas janelas
Não penso em nada.
Concentro-me somente no tato
Do frio que traz a inércia.
Lá embaixo, é um mundo cansado
Inquinado pelos seres profanos.

Podera eu para sempre paralizar-me
Por este outro mundo, e nunca mais ser levado
Pelas vozes gritantes que sucumbem às outras
Sim... Hoje vai chover.

Nikku

8 comentários:

  1. "Para contemplar a brisa que discretamente
    Me envolve com a música ao redor.
    E lá, finalmente, fecho minhas janelas
    Não penso em nada.
    Concentro-me somente no tato
    Do frio que traz a inércia"

    Bom trecho, muito bo poema, apesar de achar que poderia enrriquecer um poiuco o vocabulário;...

    ResponderExcluir
  2. "Subo a colina de concreto, e logo passo pelo
    portal
    O qual me conduz ao outro mundo."

    Pra mim a melhor parte do texto, mto bom mesmo!^^

    ResponderExcluir
  3. Pô, bacana o poema.
    Mas me desculpe, não sei comentar em blogs de poemas e poesias...
    Abç.

    ResponderExcluir
  4. Gostei demais do poema, bem envolvente!

    ResponderExcluir
  5. Poema tosco, cansativo e inútil de se ler.

    ResponderExcluir
  6. bem bacana o poema.. profundo! :) gostei

    ResponderExcluir